quinta-feira, 28 de abril de 2011



"Tem gente que fala ah-mas-eles-estão-há-15-anos-juntos-uma-hora-desgasta. Não acho. Sabe por quê? O amor não precisa desgastar, a gente pode renovar sempre. É só não esquecer das pequenas coisas, dos bilhetes, da florzinha, do carinho, do cafuné antes de dormir, dos beijos. Os beijos não precisam ficar menos demorados, os abraços não precisam ficar menos apertados, o sexo não precisa ser mais mecânico. A gente não deve deixar o tempo interferir de forma negativa. O tempo, em um relacionamento, deve servir para unir, criar mais intimidade, cumplicidade, deve servir pra gente saber os gostos, os defeitos - e querer ficar pertinho, colado, ainda sentir saudade e vontade." 

|Clarissa Corrêa  
"Não é a vida que dificulta as coisas... As pessoas é que tem muito medo de mudar pra arriscar uma felicidade que não é garantida. Todo mundo tem um trauma, um medo, algo que paralise. Mas transformar isso em espaço pra crescer, pouca gente faz." 
|Marla de Queiroz

segunda-feira, 11 de abril de 2011


  "Muitas vezes na vida, não sabemos avaliar o que realmente necessitamos: se força ou coragem. Há momentos em que precisamos das duas! Veja só: É preciso ter força para ser firme, mas é preciso coragem para ser gentil. É preciso força para se defender, mas é preciso coragem para não revidar. É preciso ter força para ganhar uma guerra, mas é preciso coragem para não se render. É preciso ter força para estar certo, mas é preciso coragem para admitir a dúvida ou o erro. É preciso ter força para sentir a dor de um amigo, mas é preciso coragem para sentir as próprias dores. É preciso ter força para esconder os próprios males, mas é preciso coragem para demonstrá-los. É preciso ter força para fazer tudo sozinho, mas é preciso coragem para pedir ajuda.

| Autor Desconhecido
TEORIA DO BISCOITO - Martha Medeiros

 Uma vez minha vó me disse que homem é igual a biscoito: vai um, vêm 18. Eu devia ter uns 13 anos, sei lá, por ai, e achei graça. Quatro aninhos depois, do alto da minha ‘solteirice’, eu compreendi tudo sobre essa teoria. E vi que vovó tinha razão.

 Funciona assim: quando a gente tá carente, sozinha, solteira, e sai ligando pra todos os flertes, rolos e afins, ninguém te quer, não é? Pois é. Essa é a primeira fase: tocos em profusão. Na segunda fase, a gente resolve que não precisa de homem nenhum pra ficar bem, e aí aparece um só pra contradizer nossa certeza de auto-suficiência. Vem todo carinhoso, romântico, paparicante.. A gente baixa a guarda, começa a sair com o cara, percebe que ele é interessante, resolve ver no que dá. Vai saindo, conhecendo, ficando... E aí o que acontece?

 Entra na fase 3: a teoria do Biscoito. Chega um momento em que você sente que a historinha tá evoluindo para um possível compromisso, que está gostando daquele carinha, mesmo que ele não seja o príncipe encantado que sempre habitou seu imaginário de mulherzinha. Só que aí, neste exato momento, TODOS os outros que te dispensaram antes começam a te ligar. Parece que eles farejam no ar, que combinam entre si...Acho que a gente deve exalar algum cheiro diferente que, interpretado pelo cérebro masculino, diz "eu encontrei alguém, não estou disponível".

 Imediatamente, você se torna o objeto de cobiça de todos eles. Talvez justamente por estar radiante, feliz e não-disponível. Aí rola aquela seqüência inacreditável de acontecimentos fantásticos. Você tá no vernissage com seu novo pretendente e aquele gatinho que você beijou há dois meses e nunca mais deu notícias começa a te ligar. Você vai pra sai de noite sozinha (no dia que seu gatinho resolve ficar em casa (descansando) e encontra aquele clone do Rodrigo Santoro, que namorava sua colega na década passada, e ele te olha, te acha linda e quer ficar com você. E aquele outro, que era seu sonho de consumo como namorado perfeito, partidão, mas que sempre te esnobou, começa a te ligar quase diariamente: chama pro cinema, chama pro showzinho, liga para perguntar o que tu tá fazendo, pra te falar do disco novo que comprou, liga só pra ouvir a tua voz... Tem gente que acha isso o paraíso.

 Mas na boa, eu acho que só serve pra atrapalhar. Porque, como mulherzinha do bem que sou, eu só quero essa penca de homens me ligando quando tô na guerra, que é pra poder escolher. Mas depois que eu resolvo sossegar com um, não quero que ninguém fique me ligando pra semear a discórdia e a dúvida na minha mente. Mas o babado é resistir às tentações. De repente, com tantos homens fantásticos te ligando, tu começa a olhar pro seu pretendente atual e a achar que ele não é tão bonito quanto o fulano, nem tão alto e gostoso como o beltrano, nem carinhoso e bem-humorado como o sicrano. Você questiona se não está com ele por pura carência, porque ele apareceu num momento de falta de opções no mercado.

 E essa é a grande cilada. Muitas não resistem. Dispensam o gatinho atual e tentam administrar todos os outros. Eu já fiz isso. Aí a Teoria do Biscoito entra na fase final: A de que quem come o pacote inteiro tem indigestão. Fica sem ninguém. Todos somem e você fica sozinha, se perguntando como foi que deixou escapar aquele carinha tão legal com quem estava saindo, só por capricho. Eu não sei se funciona assim para todas as pessoas..

 Mas eu decidi que agora vou dizer um sonoro "não, obrigada" para toda a fila de negrescos com super cobertura, e ficar sim com aquele que não é negresco, mas é bono de chocolate. Que não é brastemp super-ultra-mega-estrelinha-plus, mas é consul-slim e se encaixa direitinho na minha casa. Que não é o príncipe encantado, lindo, maravilhoso, perfeito, em cima do cavalo branco, mas que é um cara real , de carne e osso, que está do meu lado e quer ficar comigo. Quem me diverte e me agrada, e gosta das mesmas músicas que eu, e gosta de dançar reggae e funk comigo, que me apresenta pros amigos sem nenhuma cerimônia, que fica bolando pequenas surpresas pra me fazer e que é, sim, muito lindinho à sua maneira. Simples assim. Se não der certo, não deu. Faz parte da vida. Mas eu não preciso comer o pacote inteiro de negresco pra saber que um bono de chocolate me satisfaz.