quarta-feira, 22 de junho de 2011

"De mansinho você chega e me pede carinho. Rapidamente tento evitar, mas será que eu consigo? Desculpa, mas é por medo.
Medo de ficar sem graça quando sentir tuas mãos ao me tocar.
Medo de não saber como reagir, me enrolar com as palavras e dizer algo definitivamente sem sentido.
Medo de me arrepiar sem disfarçar com sua voz mansa ao me dizer que sentiu minha falta.   
Por fim, medo de demonstrar tudo o que realmente sinto, confundir e botar a perder, quem sabe, uma grande amizade.
São inúmeros os medos, mas que com muito esforço é possível se controlar.
Porém, o que me deixa sem chão, é o incrível encaixe que existe entre nossos corpos ao nos abraçarmos e o inegável encontro de olhares que me entregam por inteira a você.
E é assim, não importa quanto medo eu sinta, o quanto disfarce e me cale; involuntariamente o meu olhar me entregará e mostrará tudo o que um dia tentei evitar."   

| Mylena Araújo

terça-feira, 14 de junho de 2011

Último Romance ♪


"Eu encontrei quando não quis mais procurar o meu amor. E quanto levou foi pr'eu merecer antes um mês e eu já não sei. E até quem me vê lendo o jornal na fila do pão, sabe que eu te encontrei. E ninguém dirá que é tarde demais, que é tão diferente assim. Do nosso amor a gente é que sabe, pequena. Ah vai! Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém afim de te acompanhar, e se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola. Eu encontrei e quis duvidar, tanto clichê deve não ser. Você me falou pr'eu não me preocupar, ter fé e ver coragem no amor. E só de te ver eu penso em trocar a minha TV num jeito de te levar a qualquer lugar que você queira. E ir onde o vento for, que pra nós dois sair de casa já é se aventurar. Ah vai, me diz o que é o sossego que eu te mostro alguém afim de te acompanhar. E se o tempo for te levar eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar."
  
|Los Hermanos

segunda-feira, 13 de junho de 2011


 "Ontem eu pensei seriamente em aceitar suas vírgulas, se você não encucar com minhas reticências. Quem sabe assim a gente permaneça cada dia mais perto, e tão longe de um ponto final."


 "Enquanto o mundo se recolhe, sonhamos enroscados que não é domingo. Eu respiro você. Você me inspira. A gente reparte o sossego, a vontade de esquecer, intimidade, os últimos segundos no menor sofá-cama do planeta. E o planeta parou. Escuta. Não há nada, nem ninguém." 


 "Não precisa ser agora, mas pensa direitinho. Pensa: eu, seu cheiro e mais ninguém em casa, os móveis da sala dormindo enquanto a gente faz amor com os olhos, interrompendo todas essas proibições que você impôs a essa paixão ridiculamente boa. De consolo, ao se sentir idiota em se entregar, seremos dois idiotas apaixonados por aí."

|Gabito Nunes

 "Todo ciumento que se preze tem ciúme do passado. Você concorda? Eu concordo. Não gosto do passado dele (...) O que fode a nossa vida são os eteceteras. Tenho certeza. Não sei porque a gente imagina tanto. E se machuca tanto. Surge uma colega nova e a gente pensa meu Deus, será que é gata? Será que sem querer muito querendo ele dá aquela olhadela para o rabisteco da querida? Surge carne nova no pedaço e a gente sente a insegurança dar uma chave de braço. E me pergunto: por quê? Você ama ele, ele ama você. O passado existiu, já era, já foi. Você tem uma relação baseada no hoje, no respeito, no carinho, no amor, na cumplicidade. Ele não é idiota, não vai jogar tudo fora por causa de um par de pernas. Então, você pensa que é uma mulher forte, uma mulher linda, uma mulher amada, uma mulher bem resolvida, uma mulher com ême. E decide mandar o pensamento embora. Mas ele volta.
 Conheço pessoas que não têm ciúme. E admiro, admiro mesmo. Já ouvi falar que ciúme é sinal de insegurança, que ciúme é imaturidade, que ciúme é bobagem. Já ouvi dizer que ciúme é prova de amor. Olha, eu não sei definir o que é o ciúme, só sei dizer que a gente fica meio cega, meio burra, meio surda e fala muita besteira. E depois se arrepende.
 Confesso que sou ciumenta. Não sei se muito, não sei se pouco, não sei se dá pra medir o ciúme. Sei quando exagero. Nunca fui aquela ciumenta de fazer cena, de quebrar prato, de gritar pela rua. Odeio baixaria. Acho que a gente tem que resolver as coisas com uma boa conversa. Ele nunca me deu motivo pra ter ciúme. Mas ciúme é uma coisa inexplicável, você sabe."


|Clarissa Côrrea